sábado, 7 de setembro de 2013

OS PEQUENOS PRAZERES...



CHEIRO
de terra molhada,
de livro novo,
de chocolate,
de café quente,
de pão saindo do forno...
BARULHO
de chuva,
de mar, 
o ronronar de um gato,
o silêncio absoluto...
GOSTO
de pão carioquinha,
de chocolate,
de torta de abacaxi,
de pudim de leite,
de ata,
de melancia...
VER
a minha mãe,
as folhas verdes nas árvores,
nuvens branquíssimas num céu bem azul...
TOCAR
a mão da minha mãe,
o pelo do meu gato,
o meu cabelo.
ABRAÇOS

terça-feira, 13 de agosto de 2013

GATOS, CHEIROS E LIBERDADE



Aqui em casa temos cinco gatos. Nas casas anteriores onde moramos eles saiam pelo portão ou pulavam o muro. Nisso perdemos vários bichanos, provavelmente mortos pelos vizinhos ou outras pessoas desumanas das muitas que existem por aí.  Enfim, antes de virmos morar nessa casa fomos avisados de que uma vizinha detestava gatos e os matava envenenados quando tinha oportunidade. Antes da mudança mandei fazer um enorme portão bem fechado para que eles não pudessem sair e também mandei subir o muro.  Detalhe, casa alugada.
Todo esse prólogo para dizer que os cinco tem espaço da casa e do quintal para circular. Mas, porém, contudo, todavia, sempre há uma ovelha mais rebelde no rebanho. O meu bebê, o Lyon, que por acaso puxou a mim, sempre dá um jeito de sair, já fizemos de tudo, mas o danado sai sem sabermos como. Hoje ele estava totalmente revoltado porque ainda não tinha conseguido fugir, e quando ele está revoltado sobra tapa pra todo mundo. Então, eu resolvi abrir o portão e deixar-lo sair. Peguei meus óculos escuros e fui ver o que ele ia fazer. Saiu, andou por ali, subiu num murinho baixo, entrou, cheirou umas plantas, pulou o muro de volta, foi para outra casa, subiu em pequena paredinha e haja cheirar mais plantas. Pensei comigo: mas lá no nosso quintal tem plantas também então qual o objetivo? E de repente me dei conta que ele estava sentido o cheiro delicioso da liberdade.
Saí ligando uns pontos...
Recebi esses dias uns livros novos tão cheirosos, mas tão cheirosos, e sentia um bem estar tão grande ao cheira-los... Então eu tive um sonho e a partir daí o cheiro do livro me fazia lembra-lo. No sonho eu estava na praia, e eu me sentia feliz e em paz. O cheiro do livro se confunde agora com o cheiro do mar.
Se meu gato falasse a minha língua pediria para ele me dizer se esse é o cheiro da liberdade.

IRENE MADEIRO

quinta-feira, 21 de março de 2013

AH...



Se sentisse o teu olhar
a queimar os olhos meus,
quem sabe eu soubesse
os segredos teus
e descobrisse, aliviada,
que depois de tantos anos
eu estava errada
e que existe amor
e que enfim eu era amada.

IRENE MADEIRO