domingo, 19 de dezembro de 2010

MAIS JOHN KEATS


Endymion (trecho)

O que é belo há de ser eternamente
Uma alegria, e há de seguir presente.
Não morre; onde quer que a vida breve
Nos leve, há de nos dar um sono leve,
Cheio de sonhos e de calmo alento.
Assim, cabe tecer cada momento
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras,
Das nossas tristes aflições escuras,
Das duras dores. Sim, ainda que rara,
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos
Que refrescam, e o bálsamo da aragem
Que ameniza o calor; musgo, folhagem,
Campos, aromas, flores, grãos, sementes,
E a grandeza do fim que aos imponentes
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória:
Fonte sem fim dessa imortal bebida
Que vem do céus e alenta a nossa vida.

" Soneto "
                             

Quando fico a pensar poder deixar de ser
antes que a minha pena haja tudo traçado,
antes que em algum livro ainda possa colher
dos grãos que semeei o fruto sazonado;

quando vejo na noite os astros a brilhar
- vasto e obscuro Universo, impenetrável mundo! -
quando penso que nunca hei de poder traçar
sua imagem com arte e em sentido profundo;

quando sinto a fugaz beleza de alguma hora
que não verei jamais - como doce miragem –
turva-se a minha mente, e a alma em silêncio chora

um impulsivo amor. E a sós, me sinto à margem
do imenso mundo, e anseio imergir a alma em nada
até que a glória e o amor me dêem a hora sonhada!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

JOHN KEATS

Acabei de comprar um livro de poesias de John Keats. Você sabe quem é? Eu não sabia.

É um poeta inglês que nasceu em 1795 e morreu em 1821, com 25 anos. Ótimo poeta, por sinal. Como tudo que vem da Inglaterra, é comparado a Shakespeare, diz-se que se tivesse vivido mais o teria superado. Na minha opinião não foi necessário viver mais.
Mas, como descobri John Keats? Em um filme.
Estava lá eu, assistindo a um drama que era sobre um jovem poeta pobre que se apaixona por uma moça também pobre, e que não podem ficar juntos porque não tem como se manter naquela época. Cheio de declamações de poesias lindas, comecei a desconfiar que o filme devia ser baseado em fatos reais ou coisa parecida. Dito e feito. Quando terminou o filme que procurei saber mais, na internet, sobre o filme e o poeta, se confirmou minha suspeita.
O nome do filme, "Bright Star", é o nome de uma poesia que John fez para sua amada. A poesia foi traduzida por "Astro fulgente" ou "Estrela cintilante", mas o filme para chamar mais a atenção foi traduzido por " Brilho de uma paixão", o que foge a ideia original de seguir o nome da poesia.
Falando nela, ei-la:

Astro Fulgente

Fosse eu imóvel como tu, astro fulgente!
Não suspenso da noite com uma luz deserta,
A contemplar, com a pálpebra imortal aberta,
Monge da natureza, insone e paciente
As águas móveis na missão sacerdotal
De abluir, rodeando a terra, o humano litoral,
Ou vendo a nova máscara – caída leve
Sobre as montanhas, sobre os pântanos – da neve,
Não! mas firme e imutável sempre, a descansar
No seio que amadura de meu belo amor,
Para sentir, e sempre, o seu tranqüilo arfar,
Desperto, e sempre, numa inquietação-dulçor,
Para seu meigo respirar ouvir em sorte,
E sempre assim viver, ou desmaiar na morte.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

INDO EMBORA


Um cavalo perdido no tempo

comendo capim.

Uma noite escura, tão densa

de estrelas sem fim.

Estrada de areia, de vento

de rumo, sem rua.

Caminho de sonho, saudade

de escuro sem lua.

IRENE MADEIRO

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

RESTIAS


Rosto.

Réstia.

Resto de sombras da noite,

esconde na penumbra

tantos gostos

tantas almas libertadas

que se somem com o sol

depois da madrugada.


IRENE MADEIRO



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

LUA


Luarada

Lua amada

Amor de lua

Amor sou tua

Tua lua

Lua nua

No céu escuro.

IRENE MADEIRO



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

URBE


O mar de carros

atravessa a cidade

partindo-a em uma,

duas, milhares de pedaços.

Minhocas, formigas,

algum animal

invade o centro

e ultrapassa o sinal

vermelho, verde,

azul, coisa e tal.

O mar de carros

inunda nossa vida,

afoga os nossos passos

aos maços,

aos montes,

em traços de luz.

Fumaça espessa

atravessa

os pulmões

e atropela

nossas ilusões

de paz.

  IRENE MADEIRO

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TEU NOME


Escrito no céu,

o teu nome

paira,

perfumando o ar,

tirando o meu ar,

traduzindo amar.

Tua imagem,

miragem em meus sonhos,

atravessa os tempos,

a realidade

e mora no infinito

do meu peito

de um jeito

tão forte

que a morte

de tudo

é no fundo

impossibilidade.

Ai que saudade

do que não era,

do que não foi

e não será.

Virá um dia

sem ti,

sempre sem ti,

tão longo,

enorme,

sem fim.

Ai de mim,

a dor

sem amor

é opaca,

obscura,

sem sentido.

Virá um dia,

outros dias,

tantos

e quantos

existir

sem ti.

 
IRENE MADEIRO

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CÉU AZUL


Deixe o azul no céu,

Eu gosto de azul.

Deixa o mar salgado

E molhado como está.

Deixa a escuridão ser negra

E a manhã ser dourada.

Deixa os espinhos nas rosas,

O vermelho no sangue.

Deixa o vento bater nos cabelos

E refrescar,

E o sol iluminar,

E a lua no céu,

As estrelas.

Eu gosto de brilhos.

Eu podia ser estrela,

Sem pensamentos,

Sem desejos de ser grande.

Grande coisa ser maior.

Eu podia ser estrela,

Pedra brilhante no céu,

Sem olhos, nem boca,

Nem sonhos,

Apenas brilho.

Eu gosto do azul do céu.

Deixa o céu ser azul.

 
IRENE MADEIRO

terça-feira, 30 de novembro de 2010

DESPEDIDA



Naquele momento

em que eu não sabia

o que dizer para te ter mais perto,

uma solidão me bateu no peito

e uma desilusão me quebrantou

a alma.

Ao te olhar,

Eu me senti tão forte

e mesmo assim tão fraca,

que tuas palavras,

sendo mais doces,

me mudariam o mundo.

Nesse instante

em que te vais tão longe

e tua memória

ainda me queima os olhos

e tua lembrança

ainda me põe nervosa;

queria dizer,

se tu assim me ouvisses,

que teu sorriso

me alegraria a paisagem

e que um adeus,

com tom de voz sereno,

seria doce quando chegasse a hora

em que tão longe

eu não pudesse ver-te.

 
IRENE MADEIRO

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EMBRIAGAI-VOS

Se quereis embriagar-vos, eis uma sugestão minha e de Baudelaire:
EMBRIAGAI-VOS
É necessário estar sempre bêbedo.
Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo,
que vos abate e vos faz pender para a terra,
é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio,
na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto,
despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida,
perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala,
perguntai-lhes que horas são;
e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
hão de vos responder:
É hora de se embriagar!
Para não serdes os martirizados escravos do Tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
(Baudelaire)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POETAS

Para o poeta sobreviver nesse mundo exterior tão diferente do seu interior, ele tem que "ser um fingidor" como diz Fernando Pessoa; transformar essa realidade através da arte, como diz Cecília Meireles " A vida só é possível reinventada"; porque o poeta tem a "alma errada" como Mário Quintana e é condenado logo ao nascer por um "anjo torto" a "ser gauche, na vida" como Drummond.

Alma errada
Há coisas que a minha alma,
já mortificada não admite:
assistir novelas de TV
ouvir música Pop
um filme apenas de corridas de automóvel
uma corrida de automóvel num filme
um livro de páginas ligadas
porque, sendo bom,
a gente abre sofregamente a dedo:
espátulas não há…
e quem é que hoje faz questão de virgindades…

E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones
fugir desesperada
me deixará aqui, ouvindo o que todos ouvem,
bebendo o que todos bebem,
comendo o que todos comem.
A estes, a falta de alma não incomoda.
(Desconfio até que minha pobre alma fora destinada ao habitante de outro mundo).

E ligarei o rádio a todo o volume,
gritarei como um possesso nas partidas de futebol,
seguirei, irresistivelmente,
o desfilar das grandes paradas do Exército.

E apenas sentirei, uma vez que outra,
a vaga nostalgia de não sei que mundo perdido…



Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.


Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.


Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

 

Cecília Meireles

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CÂNTICO NEGRO (José Régio)



“Vem por aqui” – dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando dizem : “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí!

Esse poema de José Régio mostra bem a posição dos poetas. Eles se sentem seres estranhos a essa nossa realidade e ninguém entende ou dá as respostas de que eles necessitam, mas querem que como maquininhas programadas eles sigam pelos mesmos caminhos que todos seguem sem saber porque nem onde vai dar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CORAÇÃO



Meu coração bate,

late,

se debate,

quer voar,

criar asas

e sair

pela boca,

pelos olhos,

pelas pontas

de meus dedos.

Meu coração latente,

de repente,

quer ser gente

e lutar.

Coração louco,

coração são,

corações são sempre

o que querem ser.

Tão grande,

tão pequeno,

acaba em si retendo,

derretendo,

o grande mundo.

Meu coração

não tem

a idade que meu corpo tem,

tem saudade,

tem mistério,

tão mais novo,

tão mais velho,

tanta coisa não se diz...

 
IRENE MADEIRO

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

RAUL SEIXAS

Há muita gente que não conhece o outro lado de Raul Seixas. Eu, por exemplo, nunca tinha ouvido essa linda música em homenagem à Maria e as mulheres:
Ave Maria da Rua
Composição: Raul Seixas/Paulo Coelho
No lixo dos quintais
Na mesa do café
No amor dos carnavais
Na mão, no pé, oh
Tu estás, tu estás
No tapa e no perdão
No ódio e na oração
Teu nome é Yemanjah (Yemanjah)
E é Virgem Maria
É Glória e é Cecília
Na noite fria
Oh, minha mãe
Minha filha tu és qualquer mulher
Mulher em qualquer dia
Bastou o teu olhar (Teu olhar)
Pra me calar a voz
De onde está você
Rogai por nós
Ooooh, Ooooh!
Minha mãe, minha mãe
Me ensina a segurar
A barra de te amar
Não estou cantando só
Cantamos todos nós
Mas cada um nasceu
Com a sua voz,
Ooooh, Ooooh!
Pra dizer, pra falar
De forma diferente
O que todo mundo sente
Segure a minha mão
Quando ela fraquejar
E não deixe a solidão
Me assustar
Ooooh, Ooooh!
Minha mãe, nossa mãe
e mata minha fome
Nas letras do teu nome
Ooooh, Ooooh!
Minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Nas letras do teu nome
Ooooh, Ooooh!
minha mãe, nossa mãe
E mata minha fome
Na glória do teu nome.


Ou esta para nosso Pai Maior:
Ê Meu Pai
Composição: Raul/cláudio Roberto
Ê, meu pai, olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai
Quando eu cair no chão segura a minha mão
Me ajuda a levantar para lutar
Ê, meu pai, olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai
Se o medo da loucura nessa estrada escura
Me afastar da luz que me conduz
Ê, meu pai, olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai

Se eu me sentir sozinho ou sair do caminho
E a dor vier de noite me assustar

Ê, meu pai, olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai

Ou a música que ele fez para ninar a sua filha:
Eu conheço bem a fonte
Eu conheço bem a fonte
Que desce daquele monte
ainda que seja de noite
nessa fonte tá escondido
o segredo dessa vida
ainda que seja de noite
sei que são caudalosas as correntes
que regam céus, infernos, regam gentes
ainda que seja de noite
eta, fonte mais estranha
que desce lá da montanha
ainda que seja de noite
sei que não podia ser mais bela
que os céus e a terra que bebem dela
ainda que seja de noite
eu conheço bem a fonte
que desce daquele monte
ainda que seja de noite
porque ainda é de noite
no dia claro dessa noite.

Tente outra vez todo mundo conhece, mas sabem que ela salvou a vida de um homem?
Ele ia se matar com um tiro na cabeça, para que ninguém ouvisse o tiro, abriu o rádio e o colocou no volume máximo. No rádio estava tocando “tente outra vez”, ele ficou com o revolver na cabeça enquanto escutava a música inteira, ao final ele desistiu de se matar e resolveu tentar outra vez. Esse homem era um cearense e foi até a família de Raul, na Bahia, contar o que aconteceu e agradecer, pois Raul já tinha morrido.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

DICAS DE FILMES I

Como falei anteriormente em John Cusack, vou sugerir alguns filmes com ele:
O JÚRI -  muito interessante, mostra como um só jurado consegue convencer aos outros do que lhe convem. Filme cheio de intrigas e com um final surpreendente. Vale muito a pena.
ENSINANDO A VIVER - nele um homem viúvo tem que decidir se adota uma criança "problemática", que acha que é de outro planeta, porque sua esposa desejava adotar um filho. No processo, no começo difícil, ambos aprendem muitas coisas, inclusive a amar. Muito bonito.ESCRITO NAS ESTRELAS-  Um casal se conhece e se apaixona, mas decide que só ficará junto se o destino o quiser. Deixando um trabalho quase impossível para o destino resolver, os dois se separam e esperam, desesperadamente, durante anos, a ação do destino. 
PROCURA-SE UM AMOR QUE GOSTE DE CACHORROS - filme que conta de forma leve e divertida a história de uma mulher que foi abandonada pelo marido e está em busca de um novo amor e a dificuldade de encontrar algúem ( para as mulheres, é claro) depois dos trinta.

Um filme muito bom com Denzel Washington é:
DEJAVU - Investigação de uma explosão de um barco com muitas vítimas, leva um agente federal a se envolver num procedimento do governo que mexe com a relatividade do tempo. Filme eletrizante que faz você não desgrudar os olhos da tela.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

POESIA

Há muita gente que diz que não gosta de poesia, ao serem perguntados porque, geralmente respondem que é porque não entendem o que os autores querem dizer.
Alguns acham que poesia não passa de um amontoado de palavras difíceis sem nenhum sentido.
Eu acho que de alguma forma essas pessoas se fecham à poesia, porque poesia é sentimento. Ver o pôr do sol não é poético, mas sentir o pôr do sol, assim como o seu nascer... Não é ver as flores, não é ver o mar, as montanhas, é SENTIR essas coisas.
Carlos Drummond de Andrade dá-nos um lembrete ( que por sinal é o nome da poesia):                     
                       LEMBRETE
      Se procurar bem, você acaba encontrando
      não a explicação (duvidosa) da vida,
      mas a poesia (inexplicável) da vida.

A vida é cheia de poesia, e a poesia é inexplicável, ela é simplesmente sentida.
Assim é também a poesia escrita, ela é o sentimento do poeta. Você pode saborear as palavras, as rimas, sentir alguma coisa também, não necessariamente o que o poeta sentiu, pode entender de um modo ou de outro, ou não entender e apenas gostar. Um belo dia ela se mostra pra você e você sorri e entende exatamente o que Carlos Drummond quis dizer na poesia JOSÉ;
Ou o que Fernando Pessoa quis dizer em:
"Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora."

Como não amar a simplicidade/genialidade que diz:
"Mundo, mundo, vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima não uma solução." Carlos Drummond
Ou o
POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!   Mario Quintana

Eu amo, amo, amo poesia!!!!!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MÚSICA

Adoro música, mas quem não gosta?
Acho que a música já vem dentro da gente quando a gente nasce. Os bêbes, geralmente, se acalmam quando ouvem música (não qualquer uma, claro). Ainda no colo eles já começam a se balançar, como quem dança, ao som de uma música.
Antes, eu era meio desligada de cantores estrangeiros porque não tinha acesso a um meio de descobrir quem eram e se suas músicas eram boas. Então achei uma técnica para descobrir essas coisas. Acho em filmes, e as novelas tem se revelado um ótimo lugar para encontrar bons cantores ( tudo tem serventia, afinal). O que faço: escuto uma música de que gosto, vou a internet e busco as músicas do filme ou novela, afinal acabo encontrando mais de um bom cantor, e vou lá no 4shared e busco todas as músicas desses artistas.
Uma descoberta minha muito boa foi Regina Spektor (1ª foto), russa, mas que canta muuuuuuito em inglês.
A pouco tempo descobri Paloma Faith ( foto da esquerda), a maluquinha é muito legal. Katherine Jenkins ( foto da direita), canta ópera, apesar de eu não gostar muito desse tipo de música, a voz dela é linda e tem músicas lindas também.
Em espanhol meus achados são Julieta Venegas, Juanes, Miranda, Jesse y Joy.
Em português, Danni Carlos é legal. Tô falando de últimos, porque se eu for citar meus cantores brasileiros não termino nunca. Mas mesmo assim, vou citar alguns: Vander Lee, Ney Matogrosso, Caetano, Raul Seixas, Zé Ramalho, Zeca Baleiro, Chico César, Marisa Monte, Skank, Titãs...

domingo, 14 de novembro de 2010

LIVROS QUE GERARAM FILMES


Há uma infinidade de livros que geraram filmes, o que é bom por um lado, o de quem não tem acesso ou tempo para a leitura, mas não tão bom por outro, que é o fato de alguns deixarem de ler para ver.
O ato de ler desenvolve a nossa imaginação, além de ajudar a escrever bem, isto se o que for lido for de  boa qualidade (bem escrito). Quando se vê o filme já pronto, não se tem que imaginar nada, tudo está dito. O que vem a favor dos filmes agora são os efeitos especiais. Há coisas quase inimagináveis em alguns filmes.
Como eu gosto dos dois, geralmente, leio o livro e assisto ao filme depois, senão vou imaginar muito pouco na leitura, vendo somente os atores, as paisagens e casas do filme.
Os livros/filmes que estão no alge são os da saga Crepúsculo, da escritora Stephenie Meyer. Para quem leu os livros, que são absolutamente fantásticos, daqueles que quando se começa a ler não pode mais parar, os filmes deixam um pouco a desejar. Outros desse tipo são os Harry Potter, de J.K. Rowling, que apesar de falar de bruxos e afins, são lidos e assistidos por pessoas de qualquer idade.
ORGULHO E PRECONCEITOFalando agora do considerado literatura: temos os livros de uma de minhas escritoras favoritas, Jane Austen. Ela que viveu no fim do séc. XVIII e início do séc. XIX e escreveu apenas 6 livros, tem 3 transformados em filme: Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade e Emma, além de uma citação de outro, Persuasão, no filme A casa do Lago, como sendo o livro preferido da protagonista, Sandra Bullock.
Temos O pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, que é o 3º livro mais traduzido do mundo; O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós; de Isabel Allende temos A Casa dos Espíritos e De Amor e de Sombra, ambos tem algo, ou muito, sobre a ditadura no Chile. Como Água para Chocolate, de Laura Esquivel; O Amor nos tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez; O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde; Grandes esperanças, de Charles Dickens, Um conto de natal também deste autor que já teve dezenas de adaptações, entre elas, Os fantasmas de Scrooge.
Há tantos, impossível citar pelo menos 10%,  temos Diários de Motocicleta, baseado no livro De moto pela América do Sul, de Ernesto Che Guevara; O Diário de Bidget Jones, de Helen Fielding.
Vamos ficando por aqui, que a lista é grande... Bye.

sábado, 13 de novembro de 2010

CINEMA

Tem coisa melhor pra levar a gente a outra realidade, viajar noutro mundo, que um filme? (além de um livro, né?) Em espanhol, película: palavra tão delicada, há que ser ter muito cuidado... Quando assisto a um filme gosto de saborear tudo: cada som, imagem, detalhe; por isso quando assisto em casa não quero ninguém passando para lá e para cá, se for impossível evitar, deixo o filme para depois. Já no cinema, quando não estou muito ansiosa por uma estréia, deixo para ir quando tiver diminuido bastante o público, porque assim não vai ter muita gente falando, fazendo barulho com sacos de salgadinhos ou balas.

Meu filme favorito, como está no meu perfil é "O fabuloso destino de Amelie Poulain", com a excelente atriz Audrey Tautou, é um filme original, divertido, inteligente, doce...
Meu segundo filme favorito é "Orgulho e Preconceito" com Keira Knightley e Matthew Macfadyen, é um romance baseado no livro ( que por sinal é melhor) de Jane Austen, escritora inglesa do século XVIII.
Olha, aqui em casa, sou considerada cinéfila, tenho mais de 100 filmes preferidos, não dá pra citar...
Mas os com John Cusack, por exemplo, são sempre bons; os com Denzel Washington são quase todos bons, os com a Jodie Foster também.
Depois vou falar sobre filmes baseados em livros, que são muuuuuitos, como exemplo a saga Crepúsculo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

LIVROS

Livros, adooooro livros. Gosto do cheiro, do formato, enfim, tudo. Algumas pessoas cometem a heresia de dizer que o livro, tal como é: papel, tinta impressa, páginas, etc, vai acabar. Eu, duvido e ao mesmo tempo peço a Deus que tal não aconteça, pois meu tato, olfato e visão sofreriam perda irreparável.
Para mim, o livro além de seu principal objetivo, pode ser usado depois como item embelezador do ambiente. Tenho duas estantes com livros e não acho nada mais bonito que isso, a não ser muito mais estantes com livros ou uma sala inteira...

Quando viajo, a primeira coisa que penso é comprar livros, porque em outros lugares, geralmente, os livros são mais baratos. Da última vez trouxe dezesseis.
Sabe aquelas mulheres que não podem ir ao shopping que compram muitas roupas ou muitos sapatos ou muitas bolsas; eu sou assim com livros. Tenho que me controlar e dizer para mim mesma que em casa tenho dezenas de livros que ainda não li. A insônia é outra traiçoeira, não consigo dormir e lá vou eu para os sites de livrarias...
Adoro filmes e músicas também, entre outras coisas, mas vamos falando disso aos pouquinhos...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

QUEM?

Tô aqui escutando Raul Seixas e pensando: quem? quem vai querer saber o que tenho a dizer?
Já faz tempo que penso nesse blog e me vem sempre a mesma pergunta, mas quando percebi que todo mundo tá fazendo blog, tendo "algo" a dizer ou não, então, lá vou eu...
Talvez o Raulzito tenha me dado coragem, sendo ele um "louco", eu gosto dos loucos,
como disse Fernando Pessoa :" sem a loucura o que é o homem? mais que a besta sadia, cadáver adiado que procria?" A normalidade é uma chata que cumpre todas as regras, se veste corretamente, fala e escreve corretamente e acha que sabe a cura para todos os males do mundo, entre outras coisas, adora dar conselhos... Tem gente que briga pra ser normal, eu sinto bem lá no fundo como José Régio, outro poeta lusitano, : "Eu tenho a minha Loucura! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura."