Se no teu rosto
meu gosto, meu gosto
passasse.
Se na tua boca
ficasse.
Tu não terias coragem
de deixar a minha imagem
miragem no mundo fugir.
Pois sou filha única
da lua com o sol,
do espinho e rouxinol,
do destino e do acaso.
Eu sou o atraso e o cedo,
o fim e o começo
de quem um dia me viu.
Mas como eu louca
na tua boca nunca fui,
apenas seda e rosa
onde tu buscavas luz...
Tu não saberás o segredo
do medo, tão medo
de me perder, me esquecer,
me prender...
Será mais leve a tua vida
sem minha ida,
minha estranheza.
IRENE MADEIRO
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